terça-feira, 3 de abril de 2012

Vincent - Cores e coisas.

Estava conversando comigo mesma hoje pela manha e lembrei-me de um amigo que a muito não vejo, ele me fazia tão feliz mesmo quando não fazia nada. Eu o via como ele era de verdade e acho que as vezes ele se assustava com isso mas acabava gostando da sensação de não ser tão oculto como achava. Ele tinha umas manias engraçadas como brincar com as palavras e acabar facilmente com as piadas de mau gosto dos meninos infames que se achavam super engraçados, mesmo que pra isso ele tivesse que ser seco e sarcástico, o que pra ele era quase como ver desenho animado de manha antes da aula. Vince era como uma criança que faz o que quer e diz o que pensa mesmo nunca tendo sido de fato criança. sinto falta das conversas com trechos de musica e dos "porque" que nem sempre eram respondidos, mas a cima de tudo sinto falta de tê-lo comigo sempre que posso já que a uma hora dessas só o que me resta e onde esta o meu pensamento.

14:05 03/04

00:49 27-03-2012 London.

Lábios que anseiam outros... Molhados e quentes.
Pés que quando isso vem à tona saem do chão num flutuar surreal que mesmo não visto é sentido por ambos quando a tensão da lugar ao encanto.
E ainda que a palpitação não canse de oscilar, é calmo em sua euforia.
Enquanto isso mãos suadas pelo nervoso que antecede deslizam em meio a mechas onduladas que caem em seu colo e lá com a ponta dos dedos abro espaço para os lábios que não estão, mas no encontro e sim explorando o corpo quente e intenso que traz inocência e pureza ao fogo que arde nas veias fruto do desejo incessante do mais.

00:22 19-03 Londres.

Com certeza o que tenho agora é a certeza de querer  ter certeza das coisas que parecem não ser certas ou que mesmo incertas tenham a sua certeza em algum lugar. Mas de que vale a certeza da incerteza se nós temos que escolher entre ter ou não certeza do que julgamos certo?! Não é complicado mesmo não sendo simples, pra uns talvez até seja, mas desse lado eu não vejo certeza alguma além da certeza incerta de querer algo que chamo de mais.  

Lígia.

...a solidão não combina com felicidade...

Ela sentava no chão de madeira do quarto na sua parte preferida do mesmo que era embaixo da janela grande e decorada com borboletas de papel, e lá ela passava suas tardes frias e solitárias. Gritando em silencio para não incomodar ninguém e chorando com as mãos na boca para não precisar justificar suas lagrimas quase tão frias quanto o vidro da sua janela. No geral era feliz, mas a tristeza nunca a deixava. Às vezes se encontrava no vazio de si e isso bastava. Achava que pedir era pretensão demais de sua parte e com isso só obedecia e se contentava com alguns sorrisos amarelos e secos como as folhas que via rodopiando no vento lá fora. Sonhar vez ou outra era o seu escape, mas o ruim dos sonhos é que cedo ou tarde acordamos, e era nessa hora que ela mais sentia culpa por não ser nada de mais. Nessas horas ela deitava em sua cama, ficava olhando pro teto com estrelinhas brilhantes que a uns anos havia colado para ter onde olhar em noites de insônia, e lá ela passava as tardes vazias fazendo cafune na própria cabeça e cantarolando uma musica qualquer dessas de comerciais de lojas que não lhe agradavam muito. Tudo era melhor do que pensar demais e se deixar levar por devaneios que ela julgava desnecessários. Sabia  o que devia fazer, mas nem sempre o fazia, e quando fazia era por pura obrigação da sua mente perversa que não a deixava em paz. Do passado não tinha muito que recordar o presente não a interessava e quanto ao futuro decidido por não fazer nada a respeito, já que é inevitável opinou por fazer as coisas quando precisasse em ultimo caso e não em ser ansiosa ao ponto de fazer especulações. Alguns a chamam de fria ou simplesmente desinteressante, mas a meu ver ela é um ser fascinante em sua tristeza e é a criatura da qual eu cuidaria por prazer, só pra ter seu sorriso como recompensa, mas algumas criaturas não se podem prender porque seria egoísmo demais de quem as deseja ver sempre por perto. 01:20   10\03

Londres 09\03 03:45

Quero saber mais, mesmo que isso não seja nada comparado ao que devo saber. Dizer menos, já que nem sempre se é necessario dizer. Sentir ao maximo, mesmo que me digam que isso é besteira. Sonhar com um mundo só meu, mesmo que isso nunca se torne real. Brincar de ser feliz, mesmo que tudo ao redor me deixe triste. Escutar com atenção, mesmo que de inicio não me importe. Bem acho que é isso que desejo no momento, mas a vida nos surpreende ou melhor ela surpreende quem a deixa acontecer. Não tranque seus dias em sua casinha de bonecas porque um dia ela vai ser pequena demais e ai, onde voce vai colocar seus dias perdidos?!